Imagem por Julio Dui
Gradua-se na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU/USP (1972-1976) e realiza formação em dança com o método Laban (1962-1972), cursos livres em dança moderna em Nova Iorque, Estados Unido, e eutonia, método de terapia corporal, em São Paulo (1999/2001). Conclui mestrado em Multimeios, pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP (1994-1996) a partir de suas investigações sobre Nota-Anna, um software de notação de movimentos do corpo humano; e doutorado em Comunicação e Semiótica, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP (2000-2004), com a tese “Buscando a ciber-harmonia: diálogo entre a consciência corporal e os meios eletrônicos”, sob orientação de Arlindo Machado. Cursa pós-doutorado em Comunicação na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (2010), e na Universidade de São Paulo – USP (2019). Filha de Waldemar Cordeiro e Helena Kohn Cordeiro, ela trabalha como coreógrafa, dançarina e pesquisadora corporal. Pioneira na videoarte brasileira e na dança computacional (computer-dance), criou trabalhos que foram exibidos na grade da TV Cultura (1973-1976), como M3x3, 0 = 45, Gestos e Cambiantes.
OBRAS
– M3 x 3, 1973
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Primeiro trabalho em vídeo e dança computacional no Brasil, teve processamento das imagens no Centro de Computação da UNICAMP e foi transmitida em tempo real nos estúdios da TV Cultura, em São Paulo. M3x3 teve a participação de nove bailarinas, ocupando uma matriz cenográfica em preto e branco, onde elas dançam e realizam movimentos com base no método Laban. A trilha sonora seca e cadenciada, evidencia os gestos mecânicos e os movimentos automáticos das bailarinas. Uma versão transcrita em 16mm foi realizada para a exibição na 12ª Bienal de São Paulo (1973), mesmo ano em que foi exibida na televisão.
– 0 = 45, version I, 1975
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Exibida pela primeira vez em 1974, via transmissão na TV Cultura, contou com o solo de dança da artista, feita em uma única cena, em tempo real. A coreografia foi criada a partir das notações randômicas dos dados do computador, em que a partir de formas gráficas, Cordeiro realizava a representação dos movimentos.
– e, 1979
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No vídeo, duas mulheres dançam em meio a uma área verde, sugerindo o diálogo de movimento entre elas. Gravado em p&b, as imagens são acompanhadas de uma trilha sonora composta por instrumentos de percussão, que dá ênfase e dramaticidade à improvisação.
– Cambiantes, 1976
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Quatro bailarinas realizam a incursão de dança computadorizada para a televisão, no Programa S.O.S Utilidades. Exibido a cores, a coreografia, que foi estabelecida previamente pelo computador, dá ênfase ao automatismo e ao acaso dos movimentos. A partir disso, cria-se um diálogo pela movimentação da câmera, a cenografia e os figurinos das bailarinas.
REFERÊNCIA
ANINAT Galeria de Arte. Analivia Cordeiro.
Disponível Aqui. Acesso em 01 mar. 2021.
ANALIVIA Cordeiro. Site da artista.
Disponível Aqui. Acesso em 01 mar. 2021.
MAIA, Ana Maria. Arte-veículo: intervenções na mídia de massa brasileira, Recife: Editora Aplicação, 2015.
Disponível Aqui. Acesso em 01 mar. 2021.
Imagem por Julio Dui
Graduada em Línguas Anglo-Germânicas na Faculdade Nacional de Filosofia (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais-UFRJ), frequenta cursos de história da arte em Nova Iorque, Estados Unidos (1954). Inicia sua prática artística por meio da gravura, pintura e o desenho e envolve-se nas investigações do abstracionismo informal, participando da 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Rio de Janeiro (1953). Participa do ateliê de gravura do Museu de Arte Moderna – MAM/RJ, onde passa a lecionar em 1968. Em Nova Iorque, ministra aulas na Columbia University (1969) e recebe bolsa da Guggenheim Memorial Foundation (1982). É pioneira no uso e na investigação de mídias como o xerox, arte-postal, slides, Super-8 e o vídeo, instruindo uma geração de artistas em seu ateliê. Integra a geração pioneira do vídeo no Brasil, no qual um grupo de artistas voltavam-se para o meio, interessados nas possibilidades técnicas, estéticas e filosóficas do suporte. Participa da Expoprojeção-73, da 8ª Jovem Arte Contemporânea – JAC (1974), da exposição Video Art (1975), na Filadélfia, e Projection XXI (1978), no MoMA, em Nova Iorque. É autora do livro Abstracionismo Geométrico e Informal: a vanguarda brasileira nos anos cinquenta (1987) com Fernando Cocchiarale. Suas obras abordam questões de identidade da cultura brasileira, questionando o meio da arte e as suas relações geopolíticas. Leciona no Higher Institute for Fine Arts (HISK), Ghent, Antuérpia e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), Rio de Janeiro.
OBRAS
– Circumambulatio, 1972-2013
9 min.
[audiovisual – slides sincronizados com áudio]
[sem link na Internet]
Uma indagação sobre a natureza, o significado e a função da obra de arte.
– Centerminal, 1974
P&B, mudo, 1:45 min.
[sem link na Internet]
– Passagens #1, 1975
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Uma mulher sobe degrau a degrau a escadaria interna de um prédio e continua a ação, no mesmo ritmo, em escadas em ambientes externos. No registro, realizado em p&b, a câmera ora acompanha a artista em sua movimentação, ora permanece fixa. Em dado momento, a caminhada diagonal da artista por uma extensa escadaria, reforça o caráter contínuo do deslocamento do seu corpo no espaço.
– Passagens #2 1975
P&B, 6 min.
[sem link na Internet]
– Beuys Conversa com Anna Bella, 1975
P&B, som, 13 min.
[sem link na Internet]
– Declararação em retrato 1 e 2 , 1975
[sem link na Internet]
– Mapas Elementares I, 1976
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A artista desenha o mapa-múndi, dando, ao final, destaque a representação do Brasil. Ao fundo, ouve-se a música Meu caro amigo, de Chico Buarque.
– Mapas Elementares II e III, 1976
P&B, som, 3 min.
[sem link na Internet]
– Telefone sem fio, 1976
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Sentados em um círculo, a artista e um grupo de amigos brincam de telefone sem fio, que consiste em passar uma mensagem, comparando a versão final que sofreu alterações, com a versão original. Nas imagens, em p&b, acompanha-se as reações de quando o recado está sendo transmitido ouvido a ouvido. Participam do vídeo Ana Vitória Mussi, Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale, Ivens Machado, Miriam Danowski, Paulo Herkenhoff, Sônia Andrade.
– Local da Ação, 1978
P&B, som, 1:17 min.
[sem link na Internet]
REFERÊNCIA
ANNA Bella Geiger. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 19 de mar. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ARTE novos meios: multimeios: Brasil ‘70:80 / coordenação Daísy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: Fundação Armando Alvares Penteado, 2010, p. 231-235.
GEIGER, Anna Bella. Depoimento. In: MACHADO, Arlindo. Made in Brasil – Três décadas do vídeo brasileiro. São Paulo: Iluminuras, p. 75.
SCOVINO, Felipe (Org.). Entrevista. In: Arquivo contemporâneo. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 19-37.
Imagem por Julio Dui
Anna Maria Maiolino migra da Itália para Caracas, Venezuela, onde inicia seus estudos artísticos na Escuela de Artes Plásticas Cristóbal Rojas (1958-1960). Na década de 1960 muda-se para o Rio de Janeiro, onde passa a trabalhar com gravura, pintura e objetos integrando a discussão de importantes movimento estéticos e políticos da época, como a exposição Nova Objetividade Brasileira (1967). Um ano depois muda-se para Nova Iorque, Estados Unidos, onde permanece por três anos. A partir de 1973, exibe slides como Construção, na Expoprojeção-73 e cria uma série de filmes em Super-8, participando de festivais nacionais e internacionais. Os trabalhos audiovisuais dão ênfase sobre o processo político ditatorial presente no país, evocando a censura. Posteriormente, dedica-se as experimentações com a pintura, performance, instalação e o uso da argila. É reconhecida pela multiplicidade de meios e por temas que envolvem gênero, América Latina e política. Dentre as exposições, destaca-se a sua participação na 16ª Bienal de Sydney, Austrália (2008), na 29ª Bienal de São Paulo (2010) e na 13ª Documenta (2012), em Kassel, Alemanha.
OBRAS
– Construção e jogo, 1973
cor, 7 min.
[audiovisual – slides sincronizados com áudio]
[sem link na Internet]
Registro de uma performance realizada no aterro do Flamengo, em que os participantes constroem situações lúdicas e sensoriais. Com rolos de tecidos em tons de vermelho, crianças e adultos criam formas e delimitam espaços, manipulando o material.
– In-Out (Antropofagia), 1973-1974
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Por meio de um plano fechado e fixo, a câmera registra bocas, e, por vezes, partes do nariz, de um homem e de uma mulher. Eles pronunciam palavras incompreensíveis, gesticulando a boca, a língua e o dente. Em algumas cenas, vê-se os lábios pintados de vermelho ou preto, uma boca que mastiga fios e a fumaça que é expelida. O som é composto de ruídos graves e agudos, como vozes que tem o registro da velocidade alterada. Tanto no começo, como no fim, vemos uma boca tampada com uma fita preta evidenciando a censura do período.
– X, 1974
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No vídeo, duas mulheres dançam em meio a uma área verde, sugerindo o diálogo de movimento entre elas. Gravado em p&b, as imagens são acompanhadas de uma trilha sonora composta por instrumentos de percussão, que dá ênfase e dramaticidade à improvisação.
– Y, 1974
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Quatro bailarinas realizam a incursão de dança computadorizada para a televisão, no Programa S.O.S Utilidades. Exibido a cores, a coreografia, que foi estabelecida previamente pelo computador, dá ênfase ao automatismo e ao acaso dos movimentos. A partir disso, cria-se um diálogo pela movimentação da câmera, a cenografia e os figurinos das bailarinas.
– Um dia, 1976/2015
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Quatro bailarinas realizam a incursão de dança computadorizada para a televisão, no Programa S.O.S Utilidades. Exibido a cores, a coreografia, que foi estabelecida previamente pelo computador, dá ênfase ao automatismo e ao acaso dos movimentos. A partir disso, cria-se um diálogo pela movimentação da câmera, a cenografia e os figurinos das bailarinas.
– + – = – (mais menos: igual a menos), 1976
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Quatro bailarinas realizam a incursão de dança computadorizada para a televisão, no Programa S.O.S Utilidades. Exibido a cores, a coreografia, que foi estabelecida previamente pelo computador, dá ênfase ao automatismo e ao acaso dos movimentos. A partir disso, cria-se um diálogo pela movimentação da câmera, a cenografia e os figurinos das bailarinas.
– Verso/inversus, 1979
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Quatro bailarinas realizam a incursão de dança computadorizada para a televisão, no Programa S.O.S Utilidades. Exibido a cores, a coreografia, que foi estabelecida previamente pelo computador, dá ênfase ao automatismo e ao acaso dos movimentos. A partir disso, cria-se um diálogo pela movimentação da câmera, a cenografia e os figurinos das bailarinas.
REFERÊNCIA
ANINAT Galeria de Arte. Analivia Cordeiro.
Disponível Aqui. Acesso em 01 mar. 2021.
ANALIVIA Cordeiro. Site da artista.
Disponível Aqui. Acesso em 01 mar. 2021.
MAIA, Ana Maria. Arte-veículo: intervenções na mídia de massa brasileira, Recife: Editora Aplicação, 2015.
Disponível Aqui . Acesso em 05 mar. 2021.
JÚNIOR, Gonçalo. Dança da máquina, do corpo e da mente, Revista Fapesp, ed. 130, dez. 2006.
Disponível Aqui. Acesso em 01 mar. 2021.
Imagem por Julio Dui
Estuda artes plásticas na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, local em que passa a lecionar fotografia e onde atua academicamente nos anos 1980. Durante a década de 1970 realiza uma série de áudio-visuais (slides sincronizados com áudio), muitos em conjunto com Paulo Emílio Lemos. Participa da Expoprojeção 73, no segmento Arte e Comunicação da 12ª Bienal de São Paulo e na 13ª edição, na qual é premiada. Em 1971, recebe prêmio no Salão de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte, dentre outros.
OBRAS
– Terra, 1971.
A relação do homem com a terra, trabalhando-a e modificando-a em função de sua existência. Uma indagação sobre a natureza, o significado e a função da obra de arte.
– Matadouro, 1972.
A relação entre as atividades de um matadouro de bois e os habitantes de uma cidade no interior de Minas Gerais.
Assista abaixo aos dois trabalhos:
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REFERÊNCIA
BEATRIZ Dantas. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 12 de mar. 2021.Verbete da Enciclopédia.
C/Arte. Beatriz de Resende Dantas.
Disponível Aqui. Acesso em 13 mar. 2021.
Imagem por Julio Dui
Gradua-se pelo curso de Artes da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP (1965-1969), época em que realiza seus primeiros trabalhos de desenho, gravura e pintura. É professora de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP desde 1972, mesma universidade onde obteve o mestrado de artes (1981) e o doutorado (1987), ambos sob a orientação de Walter Zanini. Em mais de cinquenta anos de trajetória artística, realiza exposições individuais nos principais museus e instituições culturais no país e participa de seis edições da Bienal de São Paulo. Seu interesse por novas formas de criação visual a faz participar em 1977 das atividades do Setor de Vídeo do MAC USP, exibindo seu trabalho na mostra no Espaço B, em dezembro do mesmo ano. Posteriormente, realiza ao lado de Julio Plaza, experimentações com a tecnologia do videotexto. A partir da década de 1980, sua obra se expande para outras linguagens, criando esculturas e instalações em espaço público. São obras de grandes dimensões que utilizam técnicas diversas, nas quais o sentido da relação entre o ambiente e a obra de arte é amplificado.
OBRA
– Sem título, 1977
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O vídeo se inicia com as imagens de um programa de TV exibidas em um monitor. Trata-se do programa Clarice Amaral em Desfile, que era apresentado diariamente pela TV Gazeta de São Paulo. Na sequência a apresentadora Clarice Amaral entrevista um convidado não identificado. Aos 5 segundos, a mão da artista Carmela Gross aparece no enquadramento e começa a traçar linhas com uma caneta de pincel atômico sobre a tela do monitor de TV, que transmite as imagens do programa. Este desenho se inicia no canto superior direito da tela. Através de um gesto contínuo, acompanhando as linhas horizontais e verticais da TV, a artista vai cobrindo com a tinta todo o campo da tela, passando a traçar linhas diagonais e criando uma grade visual sobre a imagem. O vídeo se encerra quando a imagem está praticamente toda coberta, terminando em fade out.
Imagem por Julio Dui
Realiza curso de pintura no Museu de Arte Moderna – MAM/RJ (1962-1966) e estuda na Ecole du Louvre em Paris, onde é bolsista do governo francês (1968/69-1971/72). Reside na França e cursa antropologia social na Ecole Pratique des Hautes Etudes – Sorbonne (1976-78). No período da década de 1970 e 1980, investiga temas como a paisagem, sua incidência luminosa e a natureza. Cria pinturas, painéis, fotografias, objetos e vídeos. Vive na Suíça, Irlanda e na Bretanha. Em 1996, o governo brasileiro realiza doação de sua obra para às Nações Unidas, em Genebra. Participa da 9ª Bienal de São Paulo (1969), da mostra 30 Créateurs d’Aujourd’hui (1975) e em mostras individuais como no Musée cantonal des beaux-arts, em Lausanne (1980), Art Museum of the Americas, Washington (1982), Museu Imperial, Petrópolis (1992), Museu Nacional de Belas Artes (2003), dentre outros.
OBRA
– Images, 1976
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Investigação sonora e visual, no início do vídeo vê-se linhas de diferentes espessuras que são criadas por meio da sombra e da luz, aparecendo e desaparecendo, acompanhadas da melodia de um piano. Em seguida, ouve-se sons aquáticos e as imagens mostram linhas que se tornam amorfas com a movimentação da água. A obra faz parte da coleção do Centre Georges Pompidou, em Paris, França.
REFERÊNCIA
CYBÈLE Varela. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 01 de abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
CYBÈLE Varela. Site da artista.
Disponível Aqui. Acesso 1 abr. 2021.
MOISDON, Stéphanie. Vidéo et après. La collection vidéo du Musée national d’art moderne. Editions Carré et Editions du Centre Georges Pompidou, Paris. 1992.
Disponível Aqui. Acesso em 20 mar. 2021.
Imagem por Julio Dui
Migra para o Brasil na década de 1960 e inicia sua produção no cinema, por meio de curtas-metragens como Argumento (1978), realizado em Super-8, no qual uma equipe de cinema sai às ruas para pedir sugestões para a realização do filme. No ano seguinte, dirige Infinitas Conquistas, filmado em 35mm, em que aborda elementos históricos como a carta de Pero Vaz de Caminha, a partir de uma visão irônica. Continua a produção cinematográfica na década seguinte, com República (1981) e Alma de gato (1983), entre outros, utilizando 35mm, 16mm e Super-8. Vive no México, Inglaterra e França, antes de fixar residência no Rio de Janeiro. Nos anos 1980, centra sua produção como artista plástica, participando de exposições no Sculpture Center, em Nova Iorque (1997), na 3ª Bienal do Mercosul (2001) e na 25ª Bienal de São Paulo (2002).
OBRAS
– Argumento, 1978
P/B, 16 mm, 18 min.
[sem link na Internet]
Uma equipe de cinema sai pela cidade do Rio de Janeiro, convocando as pessoas que encontram a contribuirem com idéias para um filme e, a partir das sugestões fornecidas, o filme é realizado [Fonte: Base de dados da Cinemateca Brasileira].
– Infinitas Conquistas, 1979
Cor, 35 mm, 8 min.
[sem link na Internet]
O primeiro documento oficial que menciona o descobrimento do Brasil é a carta que Pero Vaz de Caminha – escrivão da frota de Cabral, que mandou para o rei de Portugal em 1500. Esta mesma carta é narrada no filme, na forma do descobrimento de uma pequena cidade do interior do Brasil, nos dias atuais. O filme justapõe elementos históricos e reais: a mentalidade conquistadora dos colonizadores e o senso de descobrimento experimentado por uma pequena equipe cinematográfica.
REFERÊNCIA
CINEMATECA Brasileira. Enrica Bernardelli.
Disponível Aqui. Acesso em 01 abr. 2021.
COCCHIARALE, Fernando. Filmes de artista: Brasil 1965-80. Rio de Janeiro: Oi Futuro: Metropolis Produções Culturais, 2007. (Catálogo da exposição)
CONVERSA com Enrica Bernardelli | Parte 1. Ruth Chindler – Psicanálise & Arte.
Disponível Aqui. Acesso em 01 abr. 2021.
HISTORIOGRAFIA Audiovisual. Enrica Bernardelli.
Disponível Aqui. Acesso em 15 abr. 2021.
MERCEDES Viegas. Enrica Bernardelli.
Disponível Aqui. Acesso em 15 abr. 2021.
Imagem por Julio Dui
Aos seis anos, muda para o Rio de Janeiro, onde inicia formação em dança contemporânea. Estuda design na Escola Superior de Desenho Industrial – ESDI (1964-65) e em 1970 passa a trabalhar em Milão como designer. Concebe inicialmente fotografias e filmes realizados em Super-8, como Elements (1972) e Light work (1973), apresentados na Expoprojeção-73, e, dois anos depois cria em 16mm Glass pieces, life slices, uma investigação existencial sobre o corpo e a imagem representada no espelho. Expõe em eventos como a 9ª Bienal de Paris (1975), no segmento Arte e Cinema da 38ª Biennale di Venezia (1978), Quase Cinema (1980), em Milão, 16ª e 24ª edições da Bienal de São Paulo (1981, 1998), 5ª Bienal do Mercosul (2005) e na 12ª Documenta (2007), em Kassel, Alemanha. Recebe bolsa pela Fulbright – CAPES para pesquisa no MoMA (1986). Dirige o Instituto Nacional de Artes Plásticas – Funarte (1987-89) e ganha a Bolsa Vitae de artes (1991). Leciona escultura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. A partir dos anos 1990 passa a realizar instalações e esculturas de grande porte, como na Capela do Morumbi (1991) e na obra instalada no Museu do Açude, no Rio de Janeiro (1999).
Obras sem links
– Elements, 1972
4’, formato original: super-8.
A câmera aproxima-se dos objetos e superfícies, alternando-lhes a definição. Esta reinterpretação das formas cria uma aparência de abstração.
– Light work, 1973
Super-8
– Exit, 1973
Super-8
– Glass pieces / Life pieces, 1975
16 mm
– Deixa falar, 1979
35mm
REFERÊNCIA
CANONGIA, Ligia. Quase Cinema: Cinema de artista no Brasil, 1970/80. Rio de Janeiro, Funarte, 1981, p. 35 – 36.
IOLE de Freitas. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 13 de abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
MUSEU Iberê Camargo. Iole de Freitas. Programa Átrio. 2009.
Disponível Aqui. Acesso em 10 abr. 2021. (Catálogo da exposição)
Imagem por Julio Dui
Autodidata, trabalha nos meios da gravura, pintura, cerâmica e desenho, integrando o grupo Guanabara, composto por artistas de origem italiana e japonesa. Realiza ilustrações para jornais e leciona pintura e desenho na clínica psiquiátrica do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Participa da Expoprojeção-73 com os filmes Colagem e Quadros, ambos em Super-8, no qual investiga aspectos formais da imagem em movimento. Em O desenrolar do filme (1973), um dos trabalhos mais conhecidos da artista, vê-se um filme de 35mm que, como um objeto sagrado, é desfeito a frente de um céu azul. Em seguida, apresenta-se a película já desfeita e amontoada no chão e o som de uma marcha fúnebre.
REFERÊNCIA
ALMEIDA, Luciana Carla de. O experimental no super-8 brasileiro: um estudo sobre o corpo, a cidade e a metalinguagem: um estudo sobre o corpo, a cidade e a metalinguagem. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Recife, 2012.
MACHADO Jr., Rubens. Marginália 70: O experimentalismo no Super-8 brasileiro. São Paulo: Itaú Cultural, 2001.
MACHADO Jr., Rubens; CAMPOS, Marina da Costa. Protagonismos experimentais femininos no surto. Superoitista dos anos 1970. In: HOLANDA, Karla; TEDESCO, Marina Cavalcanti. Feminino e plural: Mulheres no cinema brasileiro. Campinas; São Paulo: Papirus, 2017, p. 145 – 162.
Imagem por Julio Dui
Formada em arquitetura e artes gráficas pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, é pioneira na produção cinematográfica ao ser a primeira mulher ao ganhar edital da Embrafilme e a participar de festivais de cinema, como o Jornada de Cinema na Bahia, em 1973. Interessada na cultura popular pernambucana, realizou curtas-metragens, documentários e trabalhos na televisão, utilizando 35mm, Super-8 e vídeo. Destacam-se os curtas-metragens Rotor e Viva o outro mundo, ambos de 1972, realizados em Super-8. Dirige Oh de Casa, em 1985 e Recife de dentro para fora, em 1997. É diretora fundadora de Arrecife Produções desde 1980. Em 2015, Mesel é homenageada como primeira cineasta pernambucana no 8º Festival de Cinema de Triunfo.
REFERÊNCIA
CINEMA Pernambucano. Katia Mesel.
Disponível Aqui. Acesso em 12 mar. 2021.
CINEMATECA Pernambucana. Katia Mesel.
Disponível Aqui. Acesso em 12 mar. 2021.
MACHADO Jr., Rubens. Marginália 70: O experimentalismo no Super-8 brasileiro. São Paulo: Itaú Cultural, 2001.
MOSTRA Virtual de Curtas Metragens Katia Mesel II, 18 fev. 2021.
Disponível Aqui. Acesso em 22 mar. 2021.
TVU Recife. Opinião Pernambuco, 30 jul. 2019.
Disponível Aqui. Acesso em 10 mar. 2021.
SARMET, Érica; TEDESCO. Articulações feministas no cinema brasileiro nas décadas de 1970 e 1980. In: HOLANDA, Karla; TEDESCO, Marina Cavalcanti. Feminino e plural: Mulheres no cinema brasileiro. Campinas; São Paulo: Papirus, 2017, p. 115-129.
Imagem por Julio Dui
Cursa bacharelado e licenciatura na Faculdade de Filosofia na Bahia (1952), mestrado em Química na Pontifícia Universidade Católica – PUC/RJ (1972), um segundo mestrado em Filosofia da Educação (1985); e realiza dois pós-doutorado, em Química Inorgânica em Nice, França (1984), e em Educação da Química, em Palermo, Itália (1985). É livre docente em Química Inorgânica pela Universidade Federal Fluminense – UFF (1976) e em Epistemologia da Química na Universidade de Palermo, Itália (1986). No Brasil, dedica-se ao magistério desde a década de 1950, lecionando em Sabinópolis, Fortaleza e Rio de Janeiro. Atua como professora titular da Universidade Federal do Ceará – UFC e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC/RJ.
Nos anos 1970, muda-se para o Rio de Janeiro, onde estuda artes no Núcleo de Artes e Criatividade – NAC, trabalhando inicialmente com gravura. A partir de 1974 passa a frequentar o ateliê de Anna Bella Geiger, integrando o grupo pioneiro da videoarte brasileira, composto por artistas como Fernando Cocchiarale, Paulo Herkenhoff, Sonia Andrade, Ivens Machado, Miriam Danowski. Realiza pinturas, gravuras, vídeos, fotografias, slides, arte postal, xerox e instalações, interessada nas investigações de temas relacionados ao gênero feminino, a casa e ao corpo. Participa de exposições nacionais e internacionais, como a 8ª Jovem Arte Contemporânea – JAC (1974), Videoarte no MAM/RJ (1975), 8º Festival Internacional de Video Art (1977), em Lima, Peru, mostras do Open Encounter (Nova Iorque, Caracas, Sidney, Antuérpia), Videotapes from Brazil and Chile, na National Gallery of Canada, em Toronto (1985), Arte Novos Meios/Multimeios Brasil ‘70/80 (1985), no Museu de Arte Brasileira, São Paulo, dentre outros eventos.
OBRAS
– Preparação I, 1975
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Em uma única cena, a artista posicionada em frente ao espelho insere uma fita adesiva cobrindo a sua boca, e, em seguida, ela pega um batom e pinta o formato dos lábios por cima da fita crepe. Após, ela realiza a mesma ação com os olhos, cobrindo-os e desenhando-os em cima do órgão original. Com os olhos e a bota repintados, ela arruma o cabelo, a blusa e sai de cena.
– Marca registrada, 1975
Uma linha é colocada sob a agulha. A câmera acompanha a frase “made in Brasil” sendo costurada progressivamente na planta do pé.
– In, 1975
A artista abre um armário vazio. Entra, se pendura no único cabide que consta dentro do armário e fecha a porta.
– Eu armário de mim, 1975
Um armário e suas múltiplas facetas como repositório de roupas, sapatos, alimentos, objetos, radiografias, cadeiras.
– Preparação II, 1976
O processo de aplicação de preparação e aplicação de “vacinas” anti-racista, anti-colonialismo cultural, anti-mystification politique e anti-mythification de el art.
– Quem piscou primeiro, 1977
No reflexo de uma televisão, um homem e uma mulher estão parados, observando quem irá realizar a ação do título.
– De aflict, 1978
Imagens de mãos em diferentes posições são apresentadas enquanto ouve-se alguém dizer repetidamente “ora pro nóbis”, expressão latina conhecida na religião católica em que o significado é “rogai por nós”.
OBRAS SEM LINKS
– Especular, 1978,
1’50‘’, portapak
– O homem do braço e o braço do homem, 1978
6’, portapak
– Nordeste, 1980
1’50‘’, Betamax
– Marca Registrada, 1980
11’50’’, Betamax
– Tarefa 1, 1981
1’54‘’, Betamax
REFERÊNCIA
ARTE novos meios: multimeios: Brasil ‘70:80 / coordenação Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: Fundação Armando Alvares Penteado, 2010.
LETÍCIA Parente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 20 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
PARENTE, André; MACIEL, Katia (Org.). Letícia Parente. Rio de Janeiro: +2 Editora, 2011.OBRAS
Imagem por Julio Dui
Graduada e mestre em filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, leciona na Escola de Belas Artes da instituição (1982-2004) e no Museu de Arte Moderna – MAM/RJ (1968-70), na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1976-77), na Faculdade de Arquitetura Santa Úrsula (1973-89). Integra movimentos importantes da história da arte brasileira, como o Grupo Frente e os seus princípios da linguagem geométrica, e, posteriormente, o Neoconcretismo, em defesa às novas formas de percepção do espectador, trazendo assim maior proximidade com a arte e a vida. Realiza pinturas, gravuras, objetos, performances, instalações e filmes, sendo próxima a linguagem cinematográfica desde os anos 1960. Sua primeira produção audiovisual La Nouvelle Création (1966) é realizada em 35mm. Além da direção, cria no período, uma série de trabalhos em design, como os cartazes dos filmes do Cinema Novo. Nos curtas-metragens, realizados em Super-8, Pape destaca o caráter livre, experimental possibilitado pelo meio audiovisual. Participa da Expoprojeção-73 com o Super-8 Wampirou, e o audiovisual Ivan, o terrível, junto com Ivan Serpa. No ano seguinte, cria trabalhos como Carnival in Rio (1974), e, em 1979, concebe Eat me, em 16mm e 35mm, obra crítica ao papel da mulher como objeto de sedução e consumo. Expõe em eventos nacionais e internacionais, destacando as exposições individuais no Museu de Arte Moderna – MAM/RJ (1975), Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro (1994), Museo Reina Sofia, Madri; Serpentine Gallery, Londres; Pinacoteca do Estado, São Paulo (2011-2012), dentre outros. Em 1991 recebe o prêmio Mário Pedrosa, concedido pela Associação Internacional de Críticos de Arte- ABCA – AICA pela exposição Amazoninos, e em 2009 ganha menção honrosa na 53º Bienal de Veneza.
OBRAS SEM LINKS
– Ovo, 1970
20’, cor
– Arenas calientes, 1974
20’, cor
– Wampirou, 1973
19’. Formato original: Super-8
Um vampiro chega a uma cidade do interior e inicia a conversão dos habitantes locais. Participações de Lygia Pape, Antonio Manuel, Lygia Clark.
– Carnival in Rio, 1974
20’, cor.
– Our parents, 1974
10‘, cor.
REFERÊNCIA
AMARAL, Aracy. EXPOPROJEÇÃO 73. (Catálogo da exposição).
Disponível Aqui. Acesso em 10 mar. 2021.
CANONGIA, Ligia. Quase Cinema: Cinema de artista no Brasil, 1970/80. Rio de Janeiro, Funarte, 1981, p. 43 – 45.
GALERIA Luisa Strina. Lygia Pape.
Disponível Aqui. Acesso em 10 abr. 2021.
LYGIA Pape. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 20 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
MACHADO, Vanessa Rosa. Arte e espaço público nos filmes de Lygia Pape.
Disponível Aqui. Acesso em 3 abr. 2021.
PROJETO Lygia Pape.
Disponível Aqui. Acesso em 10 abr. 2021
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Muda para o Rio de Janeiro e estuda pintura na Escola Nacional de Belas Artes – ENBA e no Museu de Arte Moderna – MAM/RJ (1963). Na década de 1960, dedica-se a orientação de crianças na Escolinha de Arte do Brasil – EAB e em instituições particulares. Trabalha com desenho e pintura, participando da 8ª e da 9ª Bienal de São Paulo, na qual recebe o prêmio aquisição Itamaraty, na edição de 1967. Participa das exposições Opinião 66 (1966), no MAM/RJ, Nova Objetividade Brasileira (1967) e integra o movimento de Neofiguração. Realiza seu primeiro trabalho em Super-8, Memória, e o exibe na Mostra de Arte Experimental de Filmes Super-8, Audiovisual e Videotape (1975), na galeria Maison de France, Rio de Janeiro. Na década de 1970 concebe os filmes Projeto, processo, progresso, Zoológico, Jardim e Folia, todos em Super-8. Participa, no período, do 2º e do 3º Panorama de Arte Atual no Museu de Arte Moderna – MAM/SP. Retorna ao desenho e a pintura nas décadas seguintes, lecionando na Escola Guignard, em Belo Horizonte (1982) e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage – EAV/Parque Lage, onde foi diretora até 1995.
OBRAS SEM LINKS
– Memória, 1975
– A casa do homem, 1976
– Projeto, processo, progresso, 1976
– Zoológico, 1976
11’ 50’’, cor, som
Alusão à diversidade em tempos de padronização. Para a autora, “o distanciamento do homem do mundo animal e este de seu espaço natural inverte os comportamentos e os espaços entre ambos”.
REFERÊNCIA
COCCHIARALE, Fernando. Filmes de artista: Brasil 1965-80. Rio de Janeiro: Oi Futuro: Metropolis Produções Culturais, 2007. (Catálogo da exposição).
MACHADO Jr., Rubens. Marginália 70: O experimentalismo no Super-8 brasileiro. São Paulo: Itaú Cultural, 2001.
MARIA do Carmo Secco. Site da artista.
Disponível Aqui. Acesso em 1 mar. 2021.
MARIA do Carmo Secco. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 11 de mar. 2021. Verbete da Enciclopédia.
Imagem por Julio Dui
Artista pioneira da videoarte no Rio de Janeiro, participa de exposições como o 1º Encontro Internacional de Vídeo-Arte de São Paulo (1978) e a mostra Os pioneiros (1985), no Museu de Imagem e Som – MIS/SP.
REFERÊNCIA
MACHADO, Arlindo (Org.). Made in Brasil – Três décadas do vídeo brasileiro. São Paulo: Iluminuras.
VIDEOBRASIL. Os Pioneiros.
Disponível Aqui. Acesso em 12 abr. 2021.
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Forma-se em Artes Plásticas pelo Instituto de Artes da UFRGS (1959). Entre os anos de 1969 e 1973, leciona como professora convidada na Faculdade de Artes e Ciências da Universidade de Porto Rico. Ao retornar para o Brasil, fixa residência em São Paulo, recebendo os títulos de mestrado (1980) e doutorado (1984) pela Escola de Comunicações e Artes – ECA/USP. Sua atividade acadêmica está vinculada à FAAP e à ECA/USP, onde se aposentou em 2000.
Artista multimídia, gravadora e pintora, participa de diversas bienais internacionais, entre elas a Bienal de São Paulo (1983; 1998), a Bienal do Mercosul (2001; 2011), a Bienal de Taipei (2006), Bienal de Cuenca (2011), Bienal de Poznan (2012). Sua obra é internacionalmente reconhecida, tendo recebido prêmios, tais como: MASP – pela trajetória artística (2013), Gran Premio Del Grabado Latinoamericano, na I Bienal Argentina de Gráfica Latinoamericana, Buenos Aires (2000), Civitella Ranieri Foundation Fellowship, Civitella Ranieri Center, Umbertide (1996), Fullbright Foundation, Washington, EUA (1994), Art Studio Grant, The Banff Centre, Banff, (1993) e The John Simon Guggenheim Foundation Fellowship, Nova York, (1990), entre outros. Uma de suas séries de trabalhos mais conhecidos é a que recria as formas de objetos por meio de silhuetas sombreadas. Projetadas em larga escala e aplicadas frequentemente no espaço público ou em forma de instalações, essas obras utilizam materiais diversos como a fotografia, tinta ou látex, e são aplicados sobre as paredes, pisos ou até mesmo sobre as fachadas de prédios, criando uma dimensão anamórfica dos elementos figurativos representados. Em 1977, Walter Zanini colocou em prática no MAC/USP um laboratório de experimentação ao constituir o Setor de Vídeo, com o intuito de estimular a criação de obras em vídeo por um grupo de artistas convidados. A aquisição de um equipamento portapack, o modelo VC34500 da Sony, de meia polegada, em preto e branco, inaugura as atividades da instituição e contou com a coordenação de Cacilda Teixeira da Costa, Marília Saboya, Fátima Berch e com o apoio técnico de Hironie Ciafreis. Regina Silveira participa de uma dessas atividades e realiza quatro trabalhos: Campo; Artifício; Objetoculto – versão 1; Objetoculto – versão 2 e Videologia. Confira as obras realizadas no Setor de Vídeo do MAC em:
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Estuda na Faculdade Nacional de Arquitetura – FAU/UFRJ e tem aulas de desenho e pintura, no Rio de Janeiro. Nos anos 1960, seus trabalhos em pintura têm influência da Neofiguração e do Tropicalismo. Muda-se para São Paulo no início da década de 1970, onde participa das edições da Jovem Arte Contemporânea (1967; 1970; 1974). A pintura Tríptico de Nós é premiada no 21º Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1972) e Vater ganha o prêmio internacional que a permite viver em Nova Iorque (1973-1975). Trabalha com fotografia, desenho, filme, performance, arte postal, poesia visual, livros de artista, vídeo e instalação. Em 1980, recebe a bolsa da Fundação Guggenheim. Nas obras fotográficas, como Tina América (1976), ela trabalha com os estereótipos da mulher na sociedade e em LuxoLixo (1976), dá ênfase a sociedade de consumo norte-americana. Participa da 16ª Bienal de São Paulo (1981), Arte Novos meios: Multimeios ’70:80 (1985), Foto/Idéia (1987) no MAC/USP. Nas décadas seguintes continua produzindo e expondo em diversos espaços culturais, tendo destaque a exposição individual intitulada Quatro Ecologias (2012), na Oi Futuro, Rio de Janeiro.
SINOPSE
– Conselhos de uma lagarta [parte 1], 1976
CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR
Super-8, cor, son
Parte integrante da instalação, composta por dois filmes, esta primeira parte é projetada em uma das paredes, que está posicionada paralela e oposta a outra tela. Nas imagens, vemos a artista autorretratada em diversos momentos, olhando para a câmera, páginas escritas retiradas de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, e uma série de diálogos ontológicos entre Alice e a lagarta. Ouve-se o ruído de um relógio ao longo de toda a duração do filme. A obra foi selecionada para a 14ª Bienal de São Paulo, porém não foi exibida por problemas técnicos da instituição.
– Conselhos de uma lagarta [parte 2], 1976
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Super-8, cor
Parte integrante da instalação, esta segunda parte é projetada na parede oposta a outra tela. Ao longo da duração do filme, vê-se os olhares de diferentes pessoas, homens, mulheres, crianças, idosos, que fitam o outro lado do filme, silenciosamente.
– ARTropophagy, 1978
Filme que faz parte da série ART, em que vemos a palavra “art” dentro de um balão, no qual depois de estourado, é engolido pela artista. O título faz menção ao movimento antropofágico proposto por Oswald de Andrade.
– VideoART25, 1978
4’13’’, Super-8
A palavra “ART” é escrita na areia da praia e alguns banhistas passam por ela, desfazendo as letras. Em seguida, a palavra é apagada pela onda do mar.
REFERÊNCIA
ALZUGARAY, Paula. Regina Vater: Quatro Ecologias.
Disponível Aqui. Acesso em: 18 abr. 2021. (Texto presente na exposição)
ARTE novos meios: multimeios: Brasil ‘70:80 / coordenação Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: Fundação Armando Alvares Penteado, 2010, p. 343-345.
REGINA Vater. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível Aqui. Acesso em: 18 de abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
PAULA, Arethusa Almeida de. Comigo ninguém pode: a voz e o lugar de Regina Vater. Tese (doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Artes da Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.
Disponível Aqui. Acesso em 19 abr. 2021.
TRIZOLI, Talita. Trajetórias de Regina Vater: por uma crítica feminista da arte brasileira. Dissertação (Mestrado) – Programa Interunidades de Estética e História da Arte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. Disponível Aqui. Acesso em 19 abr. 2021.
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Auto exiladas no início da década de 1970 em Nova Iorque, a parceria artística e afetiva da cineasta e ensaísta Norma Bahia Pontes e a jornalista e poeta Rita Moreira as coloca como pioneiras no uso do vídeo em documentários que abordam gênero, sexualidade e feminismo. Antes do período norte-americano, Pontes estuda durante a década de 1960 no Institut des Hautes Études Cinématographiques – IDHEC, onde se aproxima do Cinema Verdade e realiza seu primeiro documentário Les Antillais (1967). Quando a dupla se transfere para os Estados Unidos, ambas estudam no New School for Social Research, e realizam uma série de trabalhos utilizando a câmera de vídeo portapak. Elas também atuam como correspondente internacional de jornais brasileiros e participam do jornal Collective Lesbians International Terrors – CLIT. Em 1974, Pontes recebe bolsa da Fundação Guggenhein (1974), o que possibilita a realização de uma série de vídeos sobre a cidade de Nova Iorque. Os trabalhos em vídeos são apresentados no Brasil no Espaço B do Museu de Arte Contemporânea – MAC/USP (1977) e em festivais internacionais nos Estados Unidos, Canadá, Japão, França, Holanda, entre outros.
OBRAS
– She has a beard, 1975
P/B, 3:30 min.
No auge do movimento feminista em Nova York, Pontes e Moreira abordam questões referentes aos estereótipos e aos padrões estéticos. Forest Hope, uma jovem que cultivou seus pelos naturais, entrevista mulheres de diferentes faixas etárias para saber suas opiniões sobre os pelos faciais.
– Lesbian Mothers, 1972
Primeiro vídeo da série “Living in New York City”, apresenta um olhar íntimo e ao mesmo tempo social sobre a maternidade lésbica. Mostra depoimentos e entrevistas abordando temas como a heteronormatividade, patriarcado, filhos e questões sociais e financeiras das mulheres. Representou a New York School for Social Research na primeira mostra de video em Tóquio, no Japão.
O vídeo inicia com imagens de manifestações feministas norte-americanas e aborda nos relatos e entrevistas o ponto de vista de mulheres e sua relação com o feminismo e o lesbianismo, da integração até a separação do movimento.
– Walking Around, 1977
A cidade de Nova Iorque é a protagonista, em que Pontes e Moreira apresentam os marcos da cidade, como a Estátua da Liberdade, mas também o comércio, a balsa de chegada, a movimentação nas ruas. Elas entrevistam um vendedor de uma loja de animais exóticos e mostram depoimentos sobre a moradia e a opinião das pessoas que vivem na metrópole.
– On Drugs, 1977
Debate social sobre o uso da heroína e da metadona em Nova Iorque, a partir do ponto de vista de uma usuária de drogas e uma enfermeira.
The Apartment, 1975
O vídeo mostra o reparo de um apartamento em Lower East Side, em Nova Iorque, realizado por Carol, uma atriz lésbica e feminista que trabalha como taxista. No documentário são apresentadas suas percepções sobre a cidade, da competitividade entre os outros taxistas e os habitantes da cidade, até as suas raízes judaicas.
REFERÊNCIA
MACHADO, Arlindo (Org.). Made in Brasil – Três décadas do vídeo brasileiro. São Paulo: Iluminuras.
NUNES, Alina. Arte longa, vida breve: Rita Moreira, feminismo em cena, Revista Aedos, v. 11, n. 25, Porto Alegre, abr. 2020, Programa de Pós-Graduação em História – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Disponível em: < https://seer.ufrgs.br/aedos/article/view/96896>. Acesso 13 abr. 2021.
PEREZ, Lívia. Do Cinema Novo ao vídeo lésbico feminista: a trajetória de Norma Bahia Pontes. Revista Rebeca, v. 9, n. 2, 2020. Disponível em: < https://rebeca.socine.org.br/1/article/view/692>. Acesso em 15 abr. 2021
Imagem por Julio Dui
Inicia sua produção na década de 1970, frequentando as aulas de Anna Bella Geiger, fazendo parte do grupo pioneiro da videoarte no Brasil. Em seus vídeos, é constante a artista realizar ações em seu próprio corpo, como uma forma de denúncia à ditadura civil-militar e críticas à televisão e ao seu condicionamento dado ao espectador. Participa de exposições como a 8ª Jovem Arte Contemporânea – JAC (1974), Video Art (1975), na Filadélfia, Estados Unidos, exposição individual na Área Experimental no MAM/RJ (1976), 8 Vídeos de Sonia Andrade (1977) no MAC/USP. Expõe seus trabalhos nas edições 14ª e 32ª edições da Bienal de São Paulo (1977, 2016) e no MoMA (1981), em Nova Iorque. Em 1978, muda-se para Paris, França, onde produz a segunda série de vídeos, intitulada A Morte do Horror, no qual aborda por meio do horror e da comédia a televisão. Transfere-se para Zurique, Suíça, onde realiza a obra Intervalo (1983). Além do vídeo, trabalha com desenho, arte postal, fotografia e instalação. Em 1998, retorna ao Brasil, e faz parte de exposições como Imagens Paradoxais (2000), no Parque Lage, Rio de Janeiro, e no 2º Prêmio Sergio Motta (2002), no Paço das Artes, em São Paulo, evento em que é premiada e homenageada. Em 2019, exibe a instalação …às contas, no MAM/RJ.
OBRAS EM UM ÚNICO LINK
– Sem Título, 1975 [Feijão]
Vídeo começa aos 2’01” e finaliza aos 10’28’’. Duração 8’28’’. Vídeo do dailymotion, p&b.
A artista, de costas para uma televisão ligada em que está sendo exibido Tarzan, aparece se alimentando com feijão, refrigerante e pão. Em dado momento, começa a jogar o alimento no rosto e no seu corpo, passando a jogar agressivamente o feijão da panela diretamente na câmera que filma a ação.
– Sem Título, 1974-1977 [Fios]
Inicia aos 10’30’’e finaliza 13’14’’
2’27’’, p&b, vídeo
Vídeo que se inicia com a artista passando um fio de náilon sobre as duas orelhas. Ao longo do tempo, ela passa o mesmo fio diversas vezes sobre o próprio rosto, deformando-o.
– Sem Título, 1974-1977 [pelos]
Inicia aos 13’08’’; finaliza aos 17’08’’
4’, p&b, vídeo
No vídeo, a artista corta com uma tesoura os pelos da virilha, da axila, do couro cabeludo, das sobrancelhas e dos cílios.
– Sem Título, 1974-1977 [pregos]
Inicia aos 17’10’’; finaliza aos 22’40’’
5’30’’, p&b, vídeo
Pregos são martelados entre os dedos da mão direita da artista. Em seguida, um cabo fino é passado entre os pregos, imobilizando e prendendo totalmente sua mão.
– Sem Título, 1974-1977 [gaiola]
Inicia aos 22’44; finaliza aos 25’54’’
3’ 34’’, p&b, vídeo
A artista, sentada, insere nas mãos, pés e na cabeça, cinco gaiolas de passarinho de diferentes tamanhos. Ela se levanta e caminha descoordenadamente com os objetos no corpo, até chegar próxima à câmera.
– Sem Título, 1974-1977
Inicia aos 25’57’’; finaliza aos 28’11’’
Na imagem exibida em uma televisão, vê-se a artista passando fio dental, escovando os dentes e sorrindo, tendo ao fundo uma trilha sonora de comercial.
– Sem Título, 1976
Inicia aos 28’16’’; finaliza aos 35’12’’
Realizado em São Paulo, mostra a artista ligando um a um, os quatro aparelhos televisores. Cada um tem um tamanho diferente e exibe imagens de Brasília, filmes norte-americanos e um programa de auditório feminino. Depois de um tempo, Andrade desliga os aparelhos, e, em frente a câmera diz aos espectadores para desligar a televisão.
REFERÊNCIA
AGUIAR, Carolina Amaral de. Videoarte no MAC USP: o suporte de ideias nos anos 1970. Dissertação (Mestrado) – Programa Interunidades em Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo, Universidade de São Paulo, 2007.
Disponível Aqui. Acesso em 20 abr. 2021.
GALERIA Superfície. Sonia Andrade.
Disponível Aqui. Acesso em 20 abr. 2021.
NEW Media Encyclopedia. Sonia Andrade.
Disponível Aqui. Acesso em 20 abr.2021.
MACHADO, Arlindo (Org.). Made in Brasil – Três décadas do vídeo brasileiro. São Paulo: Iluminuras.
Imagem por Julio Dui
Pioneira na videoarte brasileira, trabalhou com artistas como José Roberto Aguilar e Helio Oiticica. Pensa o vídeo como um meio de comunicação em que conjuga outras formas de expressão, como a pintura, a música, a poesia e a dança. Dentre seus vídeos, destacam-se Where is South America (1975), Candomblé (1977), Three Video Poems (1985). Participa de exposições nacionais e internacionais, como a 14ª Bienal de São Paulo (1977), International Video Art, em Tokyo (1978) e Os Pioneiros (1985), entre outros eventos.
SINOPSE
– Where is South America, 1974-75
CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR
O vídeo tem início no Empire State Building, em Nova Iorque, Estados Unidos, onde um homem pergunta aos visitantes onde fica a América do Sul. Em seguida, vê-se imagens do Rio de Janeiro, com o Carnaval e outras formas de expressões brasileiras.
OBRA SEM LINK
– Kleemania / Warm-Up, 1979-1980
5’, p&b
REFERÊNCIA
Sonia Miranda. Site da artista.
Disponível Aqui. Acesso em 16 abr. 2021
Imagem por Julio Dui
Formada em música pelo Instituto de Belas Artes, em Porto Alegre, estuda artes plásticas na Central School of Arts and Crafts e na St. Martin’s School, ambas em Londres, na Academie van Beeldende Kunsten, em Roterdã, Holanda e na Académie de la Grande Chaumière, em Paris. Na década de 1970, recebe bolsa de estudo do British Council para estudar no Croydon College, em Londres (1975). Expõe na 37ª Bienal de Veneza (1976) e em diversas edições da Bienal Internacional de São Paulo (1967, 1977, 1983, 1989). Dentre as exposições individuais, destacam-se os eventos no Centro de Arte y Comunicación – CAYC, Buenos Aires, Argentina (1978), no Museu de Arte Contemporânea do Paraná – MAC/Curitiba (1981) e a retrospectiva O Grão da Imagem, uma Viagem pela Poética de Vera Chaves Barcellos (2007), no Centro Cultural Santander de Porto Alegre. Trabalha com fotografia, associando-a a outros meios como a gravura, e xerox. Leciona na Federação de Ensino Superior de Novo Hamburgo (1970-77) e é ativa na cena cultural gaúcha, integrando o grupo Nervo Ótico (1977-78), como uma das criadoras do Espaço N.O (1979-82) e da galeria Obra Aberta (1999-2002). Realiza nos anos 1980 os filmes Taquara e Memória de um rio, ambos em Super-8. Em 2003, cria a Fundação Vera Chaves Barcellos, em Porto Alegre, com o intuito de fomento para a arte contemporânea.
REFERÊNCIA
ARTE novos meios: multimeios: Brasil ‘70:80 / coordenação Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: Fundação Armando Alvares Penteado, 2010, p. 147-149.
COCCHIARALE, Fernando. Filmes de artista: Brasil 1965-80. Rio de Janeiro: Oi Futuro: Metropolis Produções Culturais, 2007. (Catálogo da exposição)
FUNDAÇÃO Vera Chaves Barcellos.
Disponível Aqui. Acesso em 13 mar. 2021.
VERA Chaves Barcellos. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 19 de abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
Gradua-se na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo – FAU/USP (1972-1976) e realiza formação em dança com o método Laban (1962-1972), cursos livres em dança moderna em Nova Iorque, Estados Unido, e eutonia, método de terapia corporal, em São Paulo (1999/2001). Conclui mestrado em Multimeios, pela Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP (1994-1996) a partir de suas investigações sobre Nota-Anna, um software de notação de movimentos do corpo humano; e doutorado em Comunicação e Semiótica, pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP (2000-2004), com a tese “Buscando a ciber-harmonia: diálogo entre a consciência corporal e os meios eletrônicos”, sob orientação de Arlindo Machado. Cursa pós-doutorado em Comunicação na Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ (2010), e na Universidade de São Paulo – USP (2019). Filha de Waldemar Cordeiro e Helena Kohn Cordeiro, ela trabalha como coreógrafa, dançarina e pesquisadora corporal. Pioneira na videoarte brasileira e na dança computacional (computer-dance), criou trabalhos que foram exibidos na grade da TV Cultura (1973-1976), como M3x3, 0 = 45, Gestos e Cambiantes.
OBRAS
REFERÊNCIA
ANINAT Galeria de Arte. Analivia Cordeiro.
Disponível Aqui. Acesso em 01 mar. 2021.
ANALIVIA Cordeiro. Site da artista.
Disponível Aqui. Acesso em 01 mar. 2021.
MAIA, Ana Maria. Arte-veículo: intervenções na mídia de massa brasileira, Recife: Editora Aplicação, 2015.
Disponível Aqui. Acesso em 01 mar. 2021.
Graduada em Línguas Anglo-Germânicas na Faculdade Nacional de Filosofia (Instituto de Filosofia e Ciências Sociais-UFRJ), frequenta cursos de história da arte em Nova Iorque, Estados Unidos (1954). Inicia sua prática artística por meio da gravura, pintura e o desenho e envolve-se nas investigações do abstracionismo informal, participando da 1ª Exposição Nacional de Arte Abstrata, no Rio de Janeiro (1953). Participa do ateliê de gravura do Museu de Arte Moderna – MAM/RJ, onde passa a lecionar em 1968. Em Nova Iorque, ministra aulas na Columbia University (1969) e recebe bolsa da Guggenheim Memorial Foundation (1982). É pioneira no uso e na investigação de mídias como o xerox, arte-postal, slides, Super-8 e o vídeo, instruindo uma geração de artistas em seu ateliê. Integra a geração pioneira do vídeo no Brasil, no qual um grupo de artistas voltavam-se para o meio, interessados nas possibilidades técnicas, estéticas e filosóficas do suporte. Participa da Expoprojeção-73, da 8ª Jovem Arte Contemporânea – JAC (1974), da exposição Video Art (1975), na Filadélfia, e Projection XXI (1978), no MoMA, em Nova Iorque. É autora do livro Abstracionismo Geométrico e Informal: a vanguarda brasileira nos anos cinquenta (1987) com Fernando Cocchiarale. Suas obras abordam questões de identidade da cultura brasileira, questionando o meio da arte e as suas relações geopolíticas. Leciona no Higher Institute for Fine Arts (HISK), Ghent, Antuérpia e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (EAV), Rio de Janeiro.
OBRAS
– Circumambulatio, 1972-2013
9 min.
[audiovisual – slides sincronizados com áudio]
[sem link na Internet]Uma indagação sobre a natureza, o significado e a função da obra de arte.
– Centerminal, 1974
P&B, mudo, 1:45 min.
[sem link na Internet]
– Passagens #1, 1975
Uma mulher sobe degrau a degrau a escadaria interna de um prédio e continua a ação, no mesmo ritmo, em escadas em ambientes externos. No registro, realizado em p&b, a câmera ora acompanha a artista em sua movimentação, ora permanece fixa. Em dado momento, a caminhada diagonal da artista por uma extensa escadaria, reforça o caráter contínuo do deslocamento do seu corpo no espaço.
– Passagens #2, 1975
P&B, 6 min.
[sem link na Internet]
– Beuys Conversa com Anna Bella, 1975
P&B, som, 13 min.
[sem link na Internet]
– Declararação em retrato 1 e 2 , 1975
[sem link na Internet]
– Mapas Elementares I, 1976
A artista desenha o mapa-múndi, dando, ao final, destaque a representação do Brasil. Ao fundo, ouve-se a música Meu caro amigo, de Chico Buarque.
– Mapas Elementares II e III, 1976
P&B, som, 3 min.
[sem link na Internet]
– Telefone sem fio, 1976
Sentados em um círculo, a artista e um grupo de amigos brincam de telefone sem fio, que consiste em passar uma mensagem, comparando a versão final que sofreu alterações, com a versão original. Nas imagens, em p&b, acompanha-se as reações de quando o recado está sendo transmitido ouvido a ouvido. Participam do vídeo Ana Vitória Mussi, Anna Bella Geiger, Fernando Cocchiarale, Ivens Machado, Miriam Danowski, Paulo Herkenhoff, Sônia Andrade.
– Local da Ação, 1978
P&B, som, 1:17 min.
[sem link na Internet]
REFERÊNCIA
ANNA Bella Geiger. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 19 de mar. 2021. Verbete da Enciclopédia.
ARTE novos meios: multimeios: Brasil ‘70:80 / coordenação Daísy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: Fundação Armando Alvares Penteado, 2010, p. 231-235.
GEIGER, Anna Bella. Depoimento. In: MACHADO, Arlindo. Made in Brasil – Três décadas do vídeo brasileiro. São Paulo: Iluminuras, p. 75.
SCOVINO, Felipe (Org.). Entrevista. In: Arquivo contemporâneo. Rio de Janeiro: 7Letras, 2009, p. 19-37.
Estuda artes plásticas na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais – UFMG, local em que passa a lecionar fotografia e onde atua academicamente nos anos 1980. Durante a década de 1970 realiza uma série de áudio-visuais (slides sincronizados com áudio), muitos em conjunto com Paulo Emílio Lemos. Participa da Expoprojeção 73, no segmento Arte e Comunicação da 12ª Bienal de São Paulo e na 13ª edição, na qual é premiada. Em 1971, recebe prêmio no Salão de Arte da Prefeitura de Belo Horizonte, dentre outros.
OBRAS
– Terra, 1971.
A relação do homem com a terra, trabalhando-a e modificando-a em função de sua existência. Uma indagação sobre a natureza, o significado e a função da obra de arte.
– Matadouro, 1972.
A relação entre as atividades de um matadouro de bois e os habitantes de uma cidade no interior de Minas Gerais.
Assista abaixo aos dois trabalhos
Formato original: audiovisual (slides sincronizados com áudio)
A relação entre as atividades de um matadouro de bois e os habitantes de uma cidade no interior de Minas Gerais.
REFERÊNCIA
BEATRIZ Dantas. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 12 de mar. 2021.Verbete da Enciclopédia.
C/Arte. Beatriz de Resende Dantas.
Disponível Aqui. Acesso em 13 mar. 2021.
Anna Maria Maiolino migra da Itália para Caracas, Venezuela, onde inicia seus estudos artísticos na Escuela de Artes Plásticas Cristóbal Rojas (1958-1960). Na década de 1960 muda-se para o Rio de Janeiro, onde passa a trabalhar com gravura, pintura e objetos integrando a discussão de importantes movimento estéticos e políticos da época, como a exposição Nova Objetividade Brasileira (1967). Um ano depois muda-se para Nova Iorque, Estados Unidos, onde permanece por três anos. A partir de 1973, exibe slides como Construção, na Expoprojeção-73 e cria uma série de filmes em Super-8, participando de festivais nacionais e internacionais. Os trabalhos audiovisuais dão ênfase sobre o processo político ditatorial presente no país, evocando a censura. Posteriormente, dedica-se as experimentações com a pintura, performance, instalação e o uso da argila. É reconhecida pela multiplicidade de meios e por temas que envolvem gênero, América Latina e política. Dentre as exposições, destaca-se a sua participação na 16ª Bienal de Sydney, Austrália (2008), na 29ª Bienal de São Paulo (2010) e na 13ª Documenta (2012), em Kassel, Alemanha.
OBRAS
– Construção e jogo, 1973
cor, 7 min.
[audiovisual – slides sincronizados com áudio]
[sem link na Internet]
Registro de uma performance realizada no aterro do Flamengo, em que os participantes constroem situações lúdicas e sensoriais. Com rolos de tecidos em tons de vermelho, crianças e adultos criam formas e delimitam espaços, manipulando o material.
– In-Out (Antropofagia), 1973-1974
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Por meio de um plano fechado e fixo, a câmera registra bocas, e, por vezes, partes do nariz, de um homem e de uma mulher. Eles pronunciam palavras incompreensíveis, gesticulando a boca, a língua e o dente. Em algumas cenas, vê-se os lábios pintados de vermelho ou preto, uma boca que mastiga fios e a fumaça que é expelida. O som é composto de ruídos graves e agudos, como vozes que tem o registro da velocidade alterada. Tanto no começo, como no fim, vemos uma boca tampada com uma fita preta evidenciando a censura do período.
– X, 1974
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No vídeo, duas mulheres dançam em meio a uma área verde, sugerindo o diálogo de movimento entre elas. Gravado em p&b, as imagens são acompanhadas de uma trilha sonora composta por instrumentos de percussão, que dá ênfase e dramaticidade à improvisação.
– Y, 1974
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Quatro bailarinas realizam a incursão de dança computadorizada para a televisão, no Programa S.O.S Utilidades. Exibido a cores, a coreografia, que foi estabelecida previamente pelo computador, dá ênfase ao automatismo e ao acaso dos movimentos. A partir disso, cria-se um diálogo pela movimentação da câmera, a cenografia e os figurinos das bailarinas.
– Um dia, 1976/2015
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Quatro bailarinas realizam a incursão de dança computadorizada para a televisão, no Programa S.O.S Utilidades. Exibido a cores, a coreografia, que foi estabelecida previamente pelo computador, dá ênfase ao automatismo e ao acaso dos movimentos. A partir disso, cria-se um diálogo pela movimentação da câmera, a cenografia e os figurinos das bailarinas.
– + – = – (mais menos: igual a menos), 1976
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Quatro bailarinas realizam a incursão de dança computadorizada para a televisão, no Programa S.O.S Utilidades. Exibido a cores, a coreografia, que foi estabelecida previamente pelo computador, dá ênfase ao automatismo e ao acaso dos movimentos. A partir disso, cria-se um diálogo pela movimentação da câmera, a cenografia e os figurinos das bailarinas.
– Verso/inversus, 1979
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Quatro bailarinas realizam a incursão de dança computadorizada para a televisão, no Programa S.O.S Utilidades. Exibido a cores, a coreografia, que foi estabelecida previamente pelo computador, dá ênfase ao automatismo e ao acaso dos movimentos. A partir disso, cria-se um diálogo pela movimentação da câmera, a cenografia e os figurinos das bailarinas.
REFERÊNCIA
ANINAT Galeria de Arte. Analivia Cordeiro.
Disponível Aqui. Acesso em 01 mar. 2021.
ANALIVIA Cordeiro. Site da artista.
Disponível Aqui. Acesso em 01 mar. 2021.
MAIA, Ana Maria. Arte-veículo: intervenções na mídia de massa brasileira, Recife: Editora Aplicação, 2015.
Disponível Aqui . Acesso em 05 mar. 2021.
JÚNIOR, Gonçalo. Dança da máquina, do corpo e da mente, Revista Fapesp, ed. 130, dez. 2006.
Disponível Aqui. Acesso em 01 mar. 2021.
Gradua-se pelo curso de Artes da Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP (1965-1969), época em que realiza seus primeiros trabalhos de desenho, gravura e pintura. É professora de Artes Plásticas da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo – ECA/USP desde 1972, mesma universidade onde obteve o mestrado de artes (1981) e o doutorado (1987), ambos sob a orientação de Walter Zanini. Em mais de cinquenta anos de trajetória artística, realiza exposições individuais nos principais museus e instituições culturais no país e participa de seis edições da Bienal de São Paulo. Seu interesse por novas formas de criação visual a faz participar em 1977 das atividades do Setor de Vídeo do MAC USP, exibindo seu trabalho na mostra no Espaço B, em dezembro do mesmo ano. Posteriormente, realiza ao lado de Julio Plaza, experimentações com a tecnologia do videotexto. A partir da década de 1980, sua obra se expande para outras linguagens, criando esculturas e instalações em espaço público. São obras de grandes dimensões que utilizam técnicas diversas, nas quais o sentido da relação entre o ambiente e a obra de arte é amplificado.
OBRA
– Sem título, 1977
O vídeo se inicia com as imagens de um programa de TV exibidas em um monitor. Trata-se do programa Clarice Amaral em Desfile, que era apresentado diariamente pela TV Gazeta de São Paulo. Na sequência a apresentadora Clarice Amaral entrevista um convidado não identificado. Aos 5 segundos, a mão da artista Carmela Gross aparece
no enquadramento e começa a traçar linhas com uma caneta de pincel atômico sobre a tela do monitor de TV, que transmite as imagens do programa. Este desenho se inicia no canto superior direito da tela. Através de um gesto contínuo, acompanhando as linhas horizontais e verticais da TV, a artista vai cobrindo com a tinta todo o campo da tela, passando a traçar linhas diagonais e criando uma grade visual sobre a imagem. O vídeo se encerra quando a imagem está praticamente toda coberta, terminando em fade out.
Realiza curso de pintura no Museu de Arte Moderna – MAM/RJ (1962-1966) e estuda na Ecole du Louvre em Paris, onde é bolsista do governo francês (1968/69-1971/72). Reside na França e cursa antropologia social na Ecole Pratique des Hautes Etudes – Sorbonne (1976-78). No período da década de 1970 e 1980, investiga temas como a paisagem, sua incidência luminosa e a natureza. Cria pinturas, painéis, fotografias, objetos e vídeos. Vive na Suíça, Irlanda e na Bretanha. Em 1996, o governo brasileiro realiza doação de sua obra para às Nações Unidas, em Genebra. Participa da 9ª Bienal de São Paulo (1969), da mostra 30 Créateurs d’Aujourd’hui (1975) e em mostras individuais como no Musée cantonal des beaux-arts, em Lausanne (1980), Art Museum of the Americas, Washington (1982), Museu Imperial, Petrópolis (1992), Museu Nacional de Belas Artes (2003), dentre outros.
OBRA
– Images, 1976
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Investigação sonora e visual, no início do vídeo vê-se linhas de diferentes espessuras que são criadas por meio da sombra e da luz, aparecendo e desaparecendo, acompanhadas da melodia de um piano. Em seguida, ouve-se sons aquáticos e as imagens mostram linhas que se tornam amorfas com a movimentação da água. A obra faz parte da coleção do Centre Georges Pompidou, em Paris, França.
REFERÊNCIA
CYBÈLE Varela. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 01 de abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
CYBÈLE Varela. Site da artista.
Disponível Aqui. Acesso 1 abr. 2021.
MOISDON, Stéphanie. Vidéo et après. La collection vidéo du Musée national d’art moderne. Editions Carré et Editions du Centre Georges Pompidou, Paris. 1992.
Disponível Aqui. Acesso em 20 mar. 2021.
Migra para o Brasil na década de 1960 e inicia sua produção no cinema, por meio de curtas-metragens como Argumento (1978), realizado em Super-8, no qual uma equipe de cinema sai às ruas para pedir sugestões para a realização do filme. No ano seguinte, dirige Infinitas Conquistas, filmado em 35mm, em que aborda elementos históricos como a carta de Pero Vaz de Caminha, a partir de uma visão irônica. Continua a produção cinematográfica na década seguinte, com República (1981) e Alma de gato (1983), entre outros, utilizando 35mm, 16mm e Super-8. Vive no México, Inglaterra e França, antes de fixar residência no Rio de Janeiro. Nos anos 1980, centra sua produção como artista plástica, participando de exposições no Sculpture Center, em Nova Iorque (1997), na 3ª Bienal do Mercosul (2001) e na 25ª Bienal de São Paulo (2002).
OBRAS
– Argumento, 1978
P/B, 16 mm, 18 min.
[sem link na Internet]
Uma equipe de cinema sai pela cidade do Rio de Janeiro, convocando as pessoas que encontram a contribuirem com idéias para um filme e, a partir das sugestões fornecidas, o filme é realizado [Fonte: Base de dados da Cinemateca Brasileira].
– Infinitas Conquistas, 1979
Cor, 35 mm, 8 min.
[sem link na Internet]
O primeiro documento oficial que menciona o descobrimento do Brasil é a carta que Pero Vaz de Caminha – escrivão da frota de Cabral, que mandou para o rei de Portugal em 1500. Esta mesma carta é narrada no filme, na forma do descobrimento de uma pequena cidade do interior do Brasil, nos dias atuais. O filme justapõe elementos históricos e reais: a mentalidade conquistadora dos colonizadores e o senso de descobrimento experimentado por uma pequena equipe cinematográfica.
REFERÊNCIA
CINEMATECA Brasileira. Enrica Bernardelli.
Disponível Aqui. Acesso em 01 abr. 2021.
COCCHIARALE, Fernando. Filmes de artista: Brasil 1965-80. Rio de Janeiro: Oi Futuro: Metropolis Produções Culturais, 2007. (Catálogo da exposição)
CONVERSA com Enrica Bernardelli | Parte 1. Ruth Chindler – Psicanálise & Arte.
Disponível Aqui. Acesso em 01 abr. 2021.
HISTORIOGRAFIA Audiovisual. Enrica Bernardelli.
Disponível Aqui. Acesso em 15 abr. 2021.
MERCEDES Viegas. Enrica Bernardelli.
Disponível Aqui. Acesso em 15 abr. 2021.
Aos seis anos, muda para o Rio de Janeiro, onde inicia formação em dança contemporânea. Estuda design na Escola Superior de Desenho Industrial – ESDI (1964-65) e em 1970 passa a trabalhar em Milão como designer. Concebe inicialmente fotografias e filmes realizados em Super-8, como Elements (1972) e Light work (1973), apresentados na Expoprojeção-73, e, dois anos depois cria em 16mm Glass pieces, life slices, uma investigação existencial sobre o corpo e a imagem representada no espelho. Expõe em eventos como a 9ª Bienal de Paris (1975), no segmento Arte e Cinema da 38ª Biennale di Venezia (1978), Quase Cinema (1980), em Milão, 16ª e 24ª edições da Bienal de São Paulo (1981, 1998), 5ª Bienal do Mercosul (2005) e na 12ª Documenta (2007), em Kassel, Alemanha. Recebe bolsa pela Fulbright – CAPES para pesquisa no MoMA (1986). Dirige o Instituto Nacional de Artes Plásticas – Funarte (1987-89) e ganha a Bolsa Vitae de artes (1991). Leciona escultura na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro. A partir dos anos 1990 passa a realizar instalações e esculturas de grande porte, como na Capela do Morumbi (1991) e na obra instalada no Museu do Açude, no Rio de Janeiro (1999).
Obras sem links
– Elements, 1972
4’, formato original: super-8.
A câmera aproxima-se dos objetos e superfícies, alternando-lhes a definição. Esta reinterpretação das formas cria uma aparência de abstração.
– Light work, 1973
Super-8
– Exit, 1973
Super-8
– Glass pieces / Life pieces, 1975
16 mm
– Deixa falar, 1979
35mm
REFERÊNCIA
CANONGIA, Ligia. Quase Cinema: Cinema de artista no Brasil, 1970/80. Rio de Janeiro, Funarte, 1981, p. 35 – 36.
IOLE de Freitas. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 13 de abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
MUSEU Iberê Camargo. Iole de Freitas. Programa Átrio. 2009.
Disponível Aqui. Acesso em 10 abr. 2021. (Catálogo da exposição)
Autodidata, trabalha nos meios da gravura, pintura, cerâmica e desenho, integrando o grupo Guanabara, composto por artistas de origem italiana e japonesa. Realiza ilustrações para jornais e leciona pintura e desenho na clínica psiquiátrica do Hospital das Clínicas, em São Paulo. Participa da Expoprojeção-73 com os filmes Colagem e Quadros, ambos em Super-8, no qual investiga aspectos formais da imagem em movimento. Em O desenrolar do filme (1973), um dos trabalhos mais conhecidos da artista, vê-se um filme de 35mm que, como um objeto sagrado, é desfeito a frente de um céu azul. Em seguida, apresenta-se a película já desfeita e amontoada no chão e o som de uma marcha fúnebre.
REFERÊNCIA
ALMEIDA, Luciana Carla de. O experimental no super-8 brasileiro: um estudo sobre o corpo, a cidade e a metalinguagem: um estudo sobre o corpo, a cidade e a metalinguagem. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal de Pernambuco. Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Recife, 2012.
MACHADO Jr., Rubens. Marginália 70: O experimentalismo no Super-8 brasileiro. São Paulo: Itaú Cultural, 2001.
MACHADO Jr., Rubens; CAMPOS, Marina da Costa. Protagonismos experimentais femininos no surto. Superoitista dos anos 1970. In:
HOLANDA, Karla; TEDESCO, Marina Cavalcanti. Feminino e plural: Mulheres no cinema brasileiro. Campinas; São Paulo: Papirus, 2017, p. 145 – 162.
Formada em arquitetura e artes gráficas pela Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, é pioneira na produção cinematográfica ao ser a primeira mulher ao ganhar edital da Embrafilme e a participar de festivais de cinema, como o Jornada de Cinema na Bahia, em 1973. Interessada na cultura popular pernambucana, realizou curtas-metragens, documentários e trabalhos na televisão, utilizando 35mm, Super-8 e vídeo. Destacam-se os curtas-metragens Rotor e Viva o outro mundo, ambos de 1972, realizados em Super-8. Dirige Oh de Casa, em 1985 e Recife de dentro para fora, em 1997. É diretora fundadora de Arrecife Produções desde 1980. Em 2015, Mesel é homenageada como primeira cineasta pernambucana no 8º Festival de Cinema de Triunfo.
REFERÊNCIA
CINEMA Pernambucano. Katia Mesel.
Disponível Aqui. Acesso em 12 mar. 2021.
CINEMATECA Pernambucana. Katia Mesel.
Disponível Aqui. Acesso em 12 mar. 2021.
MACHADO Jr., Rubens. Marginália 70: O experimentalismo no Super-8 brasileiro. São Paulo: Itaú Cultural, 2001.
MOSTRA Virtual de Curtas Metragens Katia Mesel II, 18 fev. 2021.
Disponível Aqui. Acesso em 22 mar. 2021.
TVU Recife. Opinião Pernambuco, 30 jul. 2019.
Disponível Aqui. Acesso em 10 mar. 2021.
SARMET, Érica; TEDESCO. Articulações feministas no cinema brasileiro nas décadas de 1970 e 1980. In: HOLANDA, Karla; TEDESCO, Marina Cavalcanti. Feminino e plural: Mulheres no cinema brasileiro. Campinas; São Paulo: Papirus, 2017, p. 115-129.
Cursa bacharelado e licenciatura na Faculdade de Filosofia na Bahia (1952), mestrado em Química na Pontifícia Universidade Católica – PUC/RJ (1972), um segundo mestrado em Filosofia da Educação (1985); e realiza dois pós-doutorado, em Química Inorgânica em Nice, França (1984), e em Educação da Química, em Palermo, Itália (1985). É livre docente em Química Inorgânica pela Universidade Federal Fluminense – UFF (1976) e em Epistemologia da Química na Universidade de Palermo, Itália (1986). No Brasil, dedica-se ao magistério desde a década de 1950, lecionando em Sabinópolis, Fortaleza e Rio de Janeiro. Atua como professora titular da Universidade Federal do Ceará – UFC e da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro – PUC/RJ.
Nos anos 1970, muda-se para o Rio de Janeiro, onde estuda artes no Núcleo de Artes e Criatividade – NAC, trabalhando inicialmente com gravura. A partir de 1974 passa a frequentar o ateliê de Anna Bella Geiger, integrando o grupo pioneiro da videoarte brasileira, composto por artistas como Fernando Cocchiarale, Paulo Herkenhoff, Sonia Andrade, Ivens Machado, Miriam Danowski. Realiza pinturas, gravuras, vídeos, fotografias, slides, arte postal, xerox e instalações, interessada nas investigações de temas relacionados ao gênero feminino, a casa e ao corpo. Participa de exposições nacionais e internacionais, como a 8ª Jovem Arte Contemporânea – JAC (1974), Videoarte no MAM/RJ (1975), 8º Festival Internacional de Video Art (1977), em Lima, Peru, mostras do Open Encounter (Nova Iorque, Caracas, Sidney, Antuérpia), Videotapes from Brazil and Chile, na National Gallery of Canada, em Toronto (1985), Arte Novos Meios/Multimeios Brasil ‘70/80 (1985), no Museu de Arte Brasileira, São Paulo, dentre outros eventos.
SINOPSE
– Preparação I, 1975
3’30’’, p&b, portapak
Em uma única cena, a artista posicionada em frente ao espelho insere uma fita adesiva cobrindo a sua boca, e, em seguida, ela pega um batom e pinta o formato dos lábios por cima da fita crepe. Após, ela realiza a mesma ação com os olhos, cobrindo-os e desenhando-os em cima do órgão original. Com os olhos e a bota repintados, ela arruma o cabelo, a blusa e sai de cena.
– Marca registrada, 1975
10’30’’, p&b, portapak
Uma linha é colocada sob a agulha. A câmera acompanha a frase “made in Brasil” sendo costurada progressivamente na planta do pé.
– In, 1975
1’ 20’’, portapak
A artista abre um armário vazio. Entra, se pendura no único cabide que consta dentro do armário e fecha a porta.
– Eu armário de mim, 1975
3’43’’, audiovisual com slides transferido para digital
Um armário e suas múltiplas facetas como repositório de roupas, sapatos, alimentos, objetos, radiografias, cadeiras.
– Preparação II, 1976
7’ 40‘’, portapak
O processo de aplicação de preparação e aplicação de “vacinas” anti-racista, anti-colonialismo cultural, anti-mystification politique e anti-mythification de el art.
– Quem piscou primeiro, 1977
Letícia Parente — Quem piscou primeiro? (1978) from Galeria Jaqueline Martins on Vimeo.
1’10 ‘’, portapak
No reflexo de uma televisão, um homem e uma mulher estão parados, observando quem irá realizar a ação do título.
– De aflict, 1978
4‘, p&b, portapak
Imagens de mãos em diferentes posições são apresentadas enquanto ouve-se alguém dizer repetidamente “ora pro nóbis”, expressão latina conhecida na religião católica em que o significado é “rogai por nós”.
OBRAS SEM LINKS
– Especular, 1978,
1’50‘’, portapak
– O homem do braço e o braço do homem, 1978
6’, portapak
– Nordeste, 1980
1’50‘’, Betamax
– Marca Registrada, 1980
11’50’’, Betamax
– Tarefa 1, 1981
1’54‘’, Betamax
REFERÊNCIA
ARTE novos meios: multimeios: Brasil ‘70:80 / coordenação Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: Fundação Armando Alvares Penteado, 2010.
LETÍCIA Parente. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 20 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
PARENTE, André; MACIEL, Katia (Org.). Letícia Parente. Rio de Janeiro: +2 Editora, 2011.
Graduada e mestre em filosofia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro – UFRJ, leciona na Escola de Belas Artes da instituição (1982-2004) e no Museu de Arte Moderna – MAM/RJ (1968-70), na Escola de Artes Visuais do Parque Lage (1976-77), na Faculdade de Arquitetura Santa Úrsula (1973-89). Integra movimentos importantes da história da arte brasileira, como o Grupo Frente e os seus princípios da linguagem geométrica, e, posteriormente, o Neoconcretismo, em defesa às novas formas de percepção do espectador, trazendo assim maior proximidade com a arte e a vida. Realiza pinturas, gravuras, objetos, performances, instalações e filmes, sendo próxima a linguagem cinematográfica desde os anos 1960. Sua primeira produção audiovisual La Nouvelle Création (1966) é realizada em 35mm. Além da direção, cria no período, uma série de trabalhos em design, como os cartazes dos filmes do Cinema Novo. Nos curtas-metragens, realizados em Super-8, Pape destaca o caráter livre, experimental possibilitado pelo meio audiovisual. Participa da Expoprojeção-73 com o Super-8 Wampirou, e o audiovisual Ivan, o terrível, junto com Ivan Serpa. No ano seguinte, cria trabalhos como Carnival in Rio (1974), e, em 1979, concebe Eat me, em 16mm e 35mm, obra crítica ao papel da mulher como objeto de sedução e consumo. Expõe em eventos nacionais e internacionais, destacando as exposições individuais no Museu de Arte Moderna – MAM/RJ (1975), Museu Nacional de Belas Artes, Rio de Janeiro (1994), Museo Reina Sofia, Madri; Serpentine Gallery, Londres; Pinacoteca do Estado, São Paulo (2011-2012), dentre outros. Em 1991 recebe o prêmio Mário Pedrosa, concedido pela Associação Internacional de Críticos de Arte- ABCA – AICA pela exposição Amazoninos, e em 2009 ganha menção honrosa na 53º Bienal de Veneza.
OBRAS SEM LINKS
– Ovo, 1970
20’, cor
– Arenas calientes, 1974
20’, cor
– Wampirou, 1973
19’. Formato original: Super-8
Um vampiro chega a uma cidade do interior e inicia a conversão dos habitantes locais.
Participações de Lygia Pape, Antonio Manuel, Lygia Clark.
– Carnival in Rio, 1974. 20’, cor.
– Our parents, 1974. 10‘, cor.
REFERÊNCIA
AMARAL, Aracy. EXPOPROJEÇÃO 73. (Catálogo da exposição).
Disponível Aqui. Acesso em 10 mar. 2021.
CANONGIA, Ligia. Quase Cinema: Cinema de artista no Brasil, 1970/80. Rio de Janeiro, Funarte, 1981, p. 43 – 45.
GALERIA Luisa Strina. Lygia Pape.
Disponível Aqui. Acesso em 10 abr. 2021.
LYGIA Pape. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 20 de Abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
MACHADO, Vanessa Rosa. Arte e espaço público nos filmes de Lygia Pape.
Disponível Aqui. Acesso em 3 abr. 2021.
PROJETO Lygia Pape.
Disponível Aqui. Acesso em 10 abr. 2021.
Muda para o Rio de Janeiro e estuda pintura na Escola Nacional de Belas Artes – ENBA e no Museu de Arte Moderna – MAM/RJ (1963). Na década de 1960, dedica-se a orientação de crianças na Escolinha de Arte do Brasil – EAB e em instituições particulares. Trabalha com desenho e pintura, participando da 8ª e da 9ª Bienal de São Paulo, na qual recebe o prêmio aquisição Itamaraty, na edição de 1967. Participa das exposições Opinião 66 (1966), no MAM/RJ, Nova Objetividade Brasileira (1967) e integra o movimento de Neofiguração. Realiza seu primeiro trabalho em Super-8, Memória, e o exibe na Mostra de Arte Experimental de Filmes Super-8, Audiovisual e Videotape (1975), na galeria Maison de France, Rio de Janeiro. Na década de 1970 concebe os filmes Projeto, processo, progresso, Zoológico, Jardim e Folia, todos em Super-8. Participa, no período, do 2º e do 3º Panorama de Arte Atual no Museu de Arte Moderna – MAM/SP. Retorna ao desenho e a pintura nas décadas seguintes, lecionando na Escola Guignard, em Belo Horizonte (1982) e na Escola de Artes Visuais do Parque Lage – EAV/Parque Lage, onde foi diretora até 1995.
OBRAS SEM LINKS
– Memória, 1975
– A casa do homem, 1976
– Projeto, processo, progresso, 1976
– Zoológico, 1976
11’ 50’’, cor, som
Alusão à diversidade em tempos de padronização. Para a autora, “o distanciamento do homem do mundo animal e este de seu espaço natural inverte os comportamentos e os espaços entre ambos”.
REFERÊNCIA
COCCHIARALE, Fernando. Filmes de artista: Brasil 1965-80. Rio de Janeiro: Oi Futuro: Metropolis Produções Culturais, 2007. (Catálogo da exposição).
MACHADO Jr., Rubens. Marginália 70: O experimentalismo no Super-8 brasileiro. São Paulo: Itaú Cultural, 2001.
MARIA do Carmo Secco. Site da artista.
Disponível Aqui. Acesso em 1 mar. 2021.
MARIA do Carmo Secco. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 11 de mar. 2021. Verbete da Enciclopédia.
Artista pioneira da videoarte no Rio de Janeiro, participa de exposições como o 1º Encontro Internacional de Vídeo-Arte de São Paulo (1978) e a mostra Os pioneiros (1985), no Museu de Imagem e Som – MIS/SP.
REFERÊNCIA
MACHADO, Arlindo (Org.). Made in Brasil – Três décadas do vídeo brasileiro. São Paulo: Iluminuras.
VIDEOBRASIL. Os Pioneiros.
Disponível Aqui. Acesso em 12 abr. 2021.
Forma-se em Artes Plásticas pelo Instituto de Artes da UFRGS (1959). Entre os anos de 1969 e 1973, leciona como professora convidada na Faculdade de Artes e Ciências da
Universidade de Porto Rico. Ao retornar para o Brasil, fixa residência em São Paulo, recebendo os títulos de mestrado (1980) e doutorado (1984) pela Escola de Comunicações e Artes – ECA/USP. Sua atividade acadêmica está vinculada à FAAP e à ECA/USP, onde se aposentou em 2000. Artista multimídia, gravadora e pintora, participa de diversas bienais internacionais, entre elas a Bienal de São Paulo (1983; 1998), a Bienal do Mercosul (2001; 2011), a Bienal de Taipei (2006), Bienal de Cuenca (2011), Bienal de Poznan (2012). Sua obra é internacionalmente reconhecida, tendo recebido prêmios, tais como: MASP – pela trajetória artística (2013), Gran Premio Del Grabado Latinoamericano, na I Bienal Argentina de Gráfica Latinoamericana, Buenos Aires (2000), Civitella Ranieri Foundation Fellowship, Civitella Ranieri Center, Umbertide (1996), Fullbright Foundation, Washington, EUA (1994), Art Studio Grant, The Banff Centre, Banff, (1993) e The John Simon Guggenheim Foundation Fellowship, Nova York, (1990), entre outros. Uma de suas séries de trabalhos mais conhecidos é a que recria as formas de objetos por meio de silhuetas sombreadas. Projetadas em larga escala e aplicadas frequentemente no espaço público ou em forma de instalações, essas obras utilizam materiais diversos como a fotografia, tinta ou látex, e são aplicados sobre as paredes, pisos ou até mesmo sobre as fachadas de prédios, criando uma dimensão anamórfica dos elementos figurativos representados. Em 1977, Walter Zanini colocou em prática no MAC/USP um laboratório de experimentação ao constituir o Setor de Vídeo, com o intuito de estimular a criação de obras em vídeo por um grupo de artistas convidados. A aquisição de um equipamento portapack, o modelo VC34500 da Sony, de meia polegada, em preto e branco, inaugura as atividades da instituição e contou com a coordenação de Cacilda Teixeira da Costa, Marília Saboya, Fátima Berch e com o apoio técnico de Hironie Ciafreis. Regina Silveira participa de uma dessas atividades e realiza quatro trabalhos: Campo; Artifício; Objetoculto – versão 1; Objetoculto – versão 2 e Videologia.
Estuda na Faculdade Nacional de Arquitetura – FAU/UFRJ e tem aulas de desenho e pintura, no Rio de Janeiro. Nos anos 1960, seus trabalhos em pintura têm influência da Neofiguração e do Tropicalismo. Muda-se para São Paulo no início da década de 1970, onde participa das edições da Jovem Arte Contemporânea (1967; 1970; 1974). A pintura Tríptico de Nós é premiada no 21º Salão Nacional de Arte Moderna do Rio de Janeiro (1972) e Vater ganha o prêmio internacional que a permite viver em Nova Iorque (1973-1975). Trabalha com fotografia, desenho, filme, performance, arte postal, poesia visual, livros de artista, vídeo e instalação. Em 1980, recebe a bolsa da Fundação Guggenheim. Nas obras fotográficas, como Tina América (1976), ela trabalha com os estereótipos da mulher na sociedade e em LuxoLixo (1976), dá ênfase a sociedade de consumo norte-americana. Participa da 16ª Bienal de São Paulo (1981), Arte Novos meios: Multimeios ’70:80 (1985), Foto/Idéia (1987) no MAC/USP. Nas décadas seguintes continua produzindo e expondo em diversos espaços culturais, tendo destaque a exposição individual intitulada Quatro Ecologias (2012), na Oi Futuro, Rio de Janeiro.
SINOPSE
– Conselhos de uma lagarta [parte 1], 1976
CLIQUE AQUI PARA ASSISTIR
Super-8, cor, son
Parte integrante da instalação, composta por dois filmes, esta primeira parte é projetada em uma das paredes, que está posicionada paralela e oposta a outra tela. Nas imagens, vemos a artista autorretratada em diversos momentos, olhando para a câmera, páginas escritas retiradas de Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll, e uma série de diálogos ontológicos entre Alice e a lagarta. Ouve-se o ruído de um relógio ao longo de toda a duração do filme. A obra foi selecionada para a 14ª Bienal de São Paulo, porém não foi exibida por problemas técnicos da instituição.
– Conselhos de uma lagarta [parte 2], 1976
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Super-8, cor
Parte integrante da instalação, esta segunda parte é projetada na parede oposta a outra tela. Ao longo da duração do filme, vê-se os olhares de diferentes pessoas, homens, mulheres, crianças, idosos, que fitam o outro lado do filme, silenciosamente.
– ARTropophagy, 1978
Filme que faz parte da série ART, em que vemos a palavra “art” dentro de um balão, no qual depois de estourado, é engolido pela artista. O título faz menção ao movimento antropofágico proposto por Oswald de Andrade.
– VideoART25, 1978
4’13’’, Super-8
A palavra “ART” é escrita na areia da praia e alguns banhistas passam por ela, desfazendo as letras. Em seguida, a palavra é apagada pela onda do mar.
REFERÊNCIA
ALZUGARAY, Paula. Regina Vater: Quatro Ecologias.
Disponível Aqui. Acesso em: 18 abr. 2021. (Texto presente na exposição)
ARTE novos meios: multimeios: Brasil ‘70:80 / coordenação Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: Fundação Armando Alvares Penteado, 2010, p. 343-345.
REGINA Vater. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021. Disponível Aqui. Acesso em: 18 de abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
PAULA, Arethusa Almeida de. Comigo ninguém pode: a voz e o lugar de Regina Vater. Tese (doutorado) – Programa de Pós-Graduação em Artes da Escola de Belas Artes, Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2015.
Disponível Aqui. Acesso em 19 abr. 2021.
TRIZOLI, Talita. Trajetórias de Regina Vater: por uma crítica feminista da arte brasileira. Dissertação (Mestrado) – Programa Interunidades de Estética e História da Arte, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2011. Disponível Aqui. Acesso em 19 abr. 2021.
Inicia sua produção na década de 1970, frequentando as aulas de Anna Bella Geiger, fazendo parte do grupo pioneiro da videoarte no Brasil. Em seus vídeos, é constante a artista realizar ações em seu próprio corpo, como uma forma de denúncia à ditadura civil-militar e críticas à televisão e ao seu condicionamento dado ao espectador. Participa de exposições como a 8ª Jovem Arte Contemporânea – JAC (1974), Video Art (1975), na Filadélfia, Estados Unidos, exposição individual na Área Experimental no MAM/RJ (1976), 8 Vídeos de Sonia Andrade (1977) no MAC/USP. Expõe seus trabalhos nas edições 14ª e 32ª edições da Bienal de São Paulo (1977, 2016) e no MoMA (1981), em Nova Iorque. Em 1978, muda-se para Paris, França, onde produz a segunda série de vídeos, intitulada A Morte do Horror, no qual aborda por meio do horror e da comédia a televisão. Transfere-se para Zurique, Suíça, onde realiza a obra Intervalo (1983). Além do vídeo, trabalha com desenho, arte postal, fotografia e instalação. Em 1998, retorna ao Brasil, e faz parte de exposições como Imagens Paradoxais (2000), no Parque Lage, Rio de Janeiro, e no 2º Prêmio Sergio Motta (2002), no Paço das Artes, em São Paulo, evento em que é premiada e homenageada. Em 2019, exibe a instalação …às contas, no MAM/RJ.
OBRAS EM UM ÚNICO LINK
– Sem Título, 1975 [Feijão]
Vídeo começa aos 2’01” e finaliza aos 10’28’’. Duração 8’28’’. Vídeo do dailymotion, p&b.
A artista, de costas para uma televisão ligada em que está sendo exibido Tarzan, aparece se alimentando com feijão, refrigerante e pão. Em dado momento, começa a jogar o alimento no rosto e no seu corpo, passando a jogar agressivamente o feijão da panela diretamente na câmera que filma a ação.
– Sem Título, 1974-1977 [Fios]
Inicia aos 10’30’’e finaliza 13’14’’
2’27’’, p&b, vídeo
Vídeo que se inicia com a artista passando um fio de náilon sobre as duas orelhas. Ao longo do tempo, ela passa o mesmo fio diversas vezes sobre o próprio rosto, deformando-o.
– Sem Título, 1974-1977 [pelos]
Inicia aos 13’08’’; finaliza aos 17’08’’
4’, p&b, vídeo
No vídeo, a artista corta com uma tesoura os pelos da virilha, da axila, do couro cabeludo, das sobrancelhas e dos cílios.
– Sem Título, 1974-1977 [pregos]
Inicia aos 17’10’’; finaliza aos 22’40’’
5’30’’, p&b, vídeo
Pregos são martelados entre os dedos da mão direita da artista. Em seguida, um cabo fino é passado entre os pregos, imobilizando e prendendo totalmente sua mão.
– Sem Título, 1974-1977 [gaiola]
Inicia aos 22’44; finaliza aos 25’54’’
3’ 34’’, p&b, vídeo
A artista, sentada, insere nas mãos, pés e na cabeça, cinco gaiolas de passarinho de diferentes tamanhos. Ela se levanta e caminha descoordenadamente com os objetos no corpo, até chegar próxima à câmera.
– Sem Título, 1974-1977
Inicia aos 25’57’’; finaliza aos 28’11’’
Na imagem exibida em uma televisão, vê-se a artista passando fio dental, escovando os dentes e sorrindo, tendo ao fundo uma trilha sonora de comercial.
– Sem Título, 1976
Inicia aos 28’16’’; finaliza aos 35’12’’
Realizado em São Paulo, mostra a artista ligando um a um, os quatro aparelhos televisores. Cada um tem um tamanho diferente e exibe imagens de Brasília, filmes norte-americanos e um programa de auditório feminino. Depois de um tempo, Andrade desliga os aparelhos, e, em frente a câmera diz aos espectadores para desligar a televisão.
REFERÊNCIA
AGUIAR, Carolina Amaral de. Videoarte no MAC USP: o suporte de ideias nos anos 1970. Dissertação (Mestrado) – Programa Interunidades em Estética e História da Arte da Universidade de São Paulo, Universidade de São Paulo, 2007.
Disponível Aqui. Acesso em 20 abr. 2021.
GALERIA Superfície. Sonia Andrade.
Disponível Aqui. Acesso em 20 abr. 2021.
NEW Media Encyclopedia. Sonia Andrade.
Disponível Aqui. Acesso em 20 abr.2021.
MACHADO, Arlindo (Org.). Made in Brasil – Três décadas do vídeo brasileiro. São Paulo: Iluminuras.
Pioneira na videoarte brasileira, trabalhou com artistas como José Roberto Aguilar e Helio Oiticica. Pensa o vídeo como um meio de comunicação em que conjuga outras formas de expressão, como a pintura, a música, a poesia e a dança. Dentre seus vídeos, destacam-se Where is South America (1975), Candomblé (1977), Three Video Poems (1985). Participa de exposições nacionais e internacionais, como a 14ª Bienal de São Paulo (1977), International Video Art, em Tokyo (1978) e Os Pioneiros (1985), entre outros eventos.
SINOPSE
– Where is South America, 1974-75
45’, p&b
O vídeo tem início no Empire State Building, em Nova Iorque, Estados Unidos, onde um homem pergunta aos visitantes onde fica a América do Sul. Em seguida, vê-se imagens do Rio de Janeiro, com o Carnaval e outras formas de expressões brasileiras.
OBRA SEM LINK
– Kleemania / Warm-Up, 1979-1980
5’, p&b
REFERÊNCIA
Sonia Miranda. Site da artista.
Disponível Aqui. Acesso em 16 abr. 2021.
Formada em música pelo Instituto de Belas Artes, em Porto Alegre, estuda artes plásticas na Central School of Arts and Crafts e na St. Martin’s School, ambas em Londres, na Academie van Beeldende Kunsten, em Roterdã, Holanda e na Académie de la Grande Chaumière, em Paris. Na década de 1970, recebe bolsa de estudo do British Council para estudar no Croydon College, em Londres (1975). Expõe na 37ª Bienal de Veneza (1976) e em diversas edições da Bienal Internacional de São Paulo (1967, 1977, 1983, 1989). Dentre as exposições individuais, destacam-se os eventos no Centro de Arte y Comunicación – CAYC, Buenos Aires, Argentina (1978), no Museu de Arte Contemporânea do Paraná – MAC/Curitiba (1981) e a retrospectiva O Grão da Imagem, uma Viagem pela Poética de Vera Chaves Barcellos (2007), no Centro Cultural Santander de Porto Alegre. Trabalha com fotografia, associando-a a outros meios como a gravura, e xerox. Leciona na Federação de Ensino Superior de Novo Hamburgo (1970-77) e é ativa na cena cultural gaúcha, integrando o grupo Nervo Ótico (1977-78), como uma das criadoras do Espaço N.O (1979-82) e da galeria Obra Aberta (1999-2002). Realiza nos anos 1980 os filmes Taquara e Memória de um rio, ambos em Super-8. Em 2003, cria a Fundação Vera Chaves Barcellos, em Porto Alegre, com o intuito de fomento para a arte contemporânea.
REFERÊNCIA
ARTE novos meios: multimeios: Brasil ‘70:80 / coordenação Daisy Valle Machado Peccinini de Alvarado. São Paulo: Fundação Armando Alvares Penteado, 2010, p. 147-149.
COCCHIARALE, Fernando. Filmes de artista: Brasil 1965-80. Rio de Janeiro: Oi Futuro: Metropolis Produções Culturais, 2007. (Catálogo da exposição)
FUNDAÇÃO Vera Chaves Barcellos.
Disponível Aqui. Acesso em 13 mar. 2021.
VERA Chaves Barcellos. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2021.
Disponível Aqui. Acesso em: 19 de abr. 2021. Verbete da Enciclopédia.
Artistas brasileiras
pioneiras do audiovisual
[década de 1970]